Polícia Federal realiza mandado de busca na casa de Eduardo Cunha
Em um desdobramento da operação Lava Jato, a Polícia Federal cumpre desde as 6h desta terça-feira mandados de busca e apreensão na residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em Brasília, e na casa dele no Rio de Janeiro. Batizada de operação Catilinárias, a ação é a segunda da PF desde que o peemedebista foi denunciado, em agosto, pelo crime de lavagem de dinheiro e corrupção por suspeita de receber cinco milhões de dólares para intermediar a construção de navios-sonda para a Petrobras.
Os investigadores já haviam buscado documentos na Câmara para investigar a ação de Cunha em favor de empreiteiros presos neste esquema criminoso. A assessoria do investigado disse que ele estava na casa no momento que a polícia chegou, mas ainda não se pronunciará sobre o caso. A PF apreendeu até o celular do deputado.
As casas do ministro de Ciência e Tecnologia, Celso Pansera, do ministro do Turismo, Henrique Alves (PMDB-RN), do senador Edison Lobão (PMDB-MA), do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), e do deputado federal Aníbal Gomes (PMDB-CE) também são alvos dos investigadores. Ao todo, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, autorizou as buscas em 53 locais divididos entre São Paulo, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Pará, Pernambuco, Alagoas, Ceará e Rio Grande do Norte. São escritórios de advocacia, órgãos públicos e sedes de empresas suspeitas de envolvimento nos desvios de recursos da Petrobras. Os investigados respondem a crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa, entre outros.
Outros nomes ligados a Cunha são alvo da Catalinárias: a sua chefe de gabinete, Denise Santos, e o ex-vice-presidente da Caixa, Fabio Cleto – que havia sido exonerado do cargo pela presidenta Dilma na semana passada.
Até o momento, nenhum suspeito foi preso. Lobão e Gomes já eram investigados pela Lava Jato, Pansera ainda não era. O ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, também é alvo da Catilinárias.
A operação é um duro golpe para o PMDB, que está no centro da disputa pela sucessão da presidenta Dilma Rousseff em caso de impeachment. A busca aconteceu poucas horas antes do início da sessão do Conselho de Ética que avalia o afastamento de Cunha por ter mentido à Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras ao dizer que não tinha contas no exterior. A Lava Jato, porém, descobriu contas na Suíça do presidente da Câmara.
Este conteúdo foi publicado pelo site Elpais
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